Suzana Gomes deu um depoimento muito importante ao Gestarte. Foram três respostas preciosas para quem está se aventurando pelos caminhos da maternidade. Confira:
1) Em sua opinião, qual é o momento mais delicado da interação mãe-bebê logo no primeiro mês de vida da criança?
Primeiramente, é um misto de conhecer a criança nos primeiros momentos, tentar entender suas necessidades, seu choro, mesmo tendo a sensação de que ele já é parte de você há tempo, de que já há muita cumplicidade entre os dois. Mas particularmente a amamentação com certeza foi o mais complexo, exatamente por ser um momento emocionalmente muito rico entre os dois sujeitos. Além da necessidade fisiológica para a alimentação e o desenvolvimento do bebê em todo o aspecto "biopsicossocial" existiu um conflito quando surgiram as 'rachaduras', foi um momento muito difícil. Eu não descansava entre uma mamada e outra já tensa com a próxima. A cada mamada eu me sentia fragilizada, chorava muito, quando ele chorava de fome eu chorava pela dor que sentia e sabia que quando ele sugasse iria piorar... e ouvir o choro dele me angustiava muito, por saber que ele precisava de mim, e eu não me sentia em condições de atendê-lo, me sentia culpada por aqueles sentimentos. Mas graças a Deus e com o apoio do meu marido, que foi fundamental neste período, a coragem aparecia e eu consegui passar por isso. E hoje (ele com 41 dias) ainda com um pouco de dor, mas com o seio já quase cicatrizado começo a descobrir a parte mais agradável da amamentação. Feliz e fortalecida por ter conseguido passar por esta fase, e avaliando... com êxito!
2) De que forma a família pode ajudar a mãe de primeira viagem?
O apoio é fundamental, a participação do marido, e a experiência de quem já viveu a maternidade, como as avós.
Dar apoio creio que não seja assumir nada pela mãe, mas sim poder orientá-la sempre que houver dúvidas ou simplesmente estar presente ou mesmo a disposição para colaborar sempre que houver necessidade, como uma emergência, trocar idéias para soluções, ou mesmo deixá-la ter também seus momentos de privacidade, sem o bebê... tomar um banho com calma, alimentar-se sempre que possível com tranquilidade. Uma simples conversa pode fazer muita diferença, já que este período o bebê toma completamente o tempo da mãe, um bom papo pode ser fundamental para a mãe se sentir amparada e acolhida.
3) Quais são os medos mais frequentes nessa fase?
A sensação de impotência, pensar que pode não ser capaz de suprir alguma necessidade do bebê, principalmente caso fique doente, a preocupação com o futuro do filho, saúde, educação... E o próprio futuro, já que depois que se tem um filho, a gente passa a se preocupar com a própria morte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário