23.12.09

Mini entrevista com uma mamãe de primeira viagem

Suzana Gomes deu um depoimento muito importante ao Gestarte. Foram três respostas preciosas para quem está se aventurando pelos caminhos da maternidade. Confira:

1) Em sua opinião, qual é o momento mais delicado da interação mãe-bebê logo no primeiro mês de vida da criança?

Primeiramente, é um misto de conhecer a criança nos primeiros momentos, tentar entender suas necessidades, seu choro, mesmo tendo a sensação de que ele já é parte de você há tempo, de que já há muita cumplicidade entre os dois. Mas particularmente a amamentação com certeza foi o mais complexo, exatamente por ser um momento emocionalmente muito rico entre os dois sujeitos. Além da necessidade fisiológica para a alimentação e o desenvolvimento do bebê em todo o aspecto "biopsicossocial" existiu um conflito quando surgiram as 'rachaduras', foi um momento muito difícil. Eu não descansava entre uma mamada e outra já tensa com a próxima. A cada mamada eu me sentia fragilizada, chorava muito, quando ele chorava de fome eu chorava pela dor que sentia e sabia que quando ele sugasse iria piorar... e ouvir o choro dele me angustiava muito, por saber que ele precisava de mim, e eu não me sentia em condições de atendê-lo, me sentia culpada por aqueles sentimentos. Mas graças a Deus e com o apoio do meu marido, que foi fundamental neste período, a coragem aparecia e eu consegui passar por isso. E hoje (ele com 41 dias) ainda com um pouco de dor, mas com o seio já quase cicatrizado começo a descobrir a parte mais agradável da amamentação. Feliz e fortalecida por ter conseguido passar por esta fase, e avaliando... com êxito!

2) De que forma a família pode ajudar a mãe de primeira viagem?

O apoio é fundamental, a participação do marido, e a experiência de quem já viveu a maternidade, como as avós.
Dar apoio creio que não seja assumir nada pela mãe, mas sim poder orientá-la sempre que houver dúvidas ou simplesmente estar presente ou mesmo a disposição para colaborar sempre que houver necessidade, como uma emergência, trocar idéias para soluções, ou mesmo deixá-la ter também seus momentos de privacidade, sem o bebê... tomar um banho com calma, alimentar-se sempre que possível com tranquilidade. Uma simples conversa pode fazer muita diferença, já que este período o bebê toma completamente o tempo da mãe, um bom papo pode ser fundamental para a mãe se sentir amparada e acolhida.

3) Quais são os medos mais frequentes nessa fase?

A sensação de impotência, pensar que pode não ser capaz de suprir alguma necessidade do bebê, principalmente caso fique doente, a preocupação com o futuro do filho, saúde, educação... E o próprio futuro, já que depois que se tem um filho, a gente passa a se preocupar com a própria morte.

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