
Ninguém duvida que a medicina fetal sofreu uma revolução na última década. Poder acompanhar com detalhes a gestação e o desenvolvimento do bebê desde as primeiras semanas é uma conquista sem precedentes na área médica. A possibilidade de avaliar o risco do feto possuir uma cromossopatia ou má formação confere ao pré-natal uma confiabilidade enorme. Todavia, todos esses avanços podem levar os pais a um paradoxo emocional. Convivem lado a lado o desejo de que tudo esteja se desenvolvendo perfeitamente no feto e o medo de que a qualquer hora possa ser constatada uma anomalia. As ultrassonografias passam a ser momentos de tensão e, logo em seguida, na maioria das vezes, alívio. A essa vivência estressante tem se dado pouca atenção. Nossa experiência clínica mostra que a gestante fica extremamente mobilizada com essas situações e, geralmente, não compartilha os seus medos com quase ninguém, fato que pode facilitar a instalação de transtornos ansiosos e/ou depressivos.
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